Especial: março mês das mulheres
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Especial: março mês das mulheres

11/03/21

Daniela Meca Borges

O Direito está presente em uma de suas primeiras lembranças. Daniela Meca Borges era apenas uma menina de quatro anos quando passou a observar, com olhos brilhantes, o seu tio José Vitor, único formado na família. Ela percebia como várias pessoas sempre o rodeavam e queriam falar com ele e sempre o admirou por isso.

“Eu cresci querendo imitá-lo, pegava até uma pasta de couro e falava que ia para o fórum com meu tio, alimentando cada vez mais essa paixão pelo Direito”, conta. Daniela lembra que nunca teve dúvidas sobre o que queria seguir profissionalmente e não foi nenhuma surpresa quando se decidiu- pela faculdade de Direito. Sua formação aconteceu na Universidade Paulista (UNIP), seguida por uma especialização na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP/USP). Os estágios bateram à sua porta logo no segundo ano e hoje já concluiu um mestrado na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Entrou no escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia em abril de 2017 e, desde então, tem vivido a experiência com muito “energia”, como ela mesma diz.

Daniela tem 29 anos e trabalha na área de família há quase quatro anos, com casos muitas vezes complicados e de apelo emocional maior. Para lidar com isso, ela diz que é mais do que necessário o exercício de separar vida pessoal e profissional. “No começo foi difícil, mas hoje em dia eu já consigo fazer essa separação com mais tranquilidade – inclusive porque o cliente precisa que eu faça isso para conseguir agir de forma técnica. Por isso, ele procura um advogado: para que  alguém  o livre das emoções e consiga enxergar a solução dos seus problemas ”, explica.

Antes do escritório, a advogada teve passagens por outras bancas e até pela área pública, no INSS, em seus estágios, e dois anos de experiência após sua formação em 2015. “Eu vinha tentando ingressar no escritório desde a época do estágio, mas nunca coincidiu de ter uma vaga. Quando surgiu a oportunidade, eu agarrei”.

Daniela diz que sempre teve uma paixão muito grande pelos estudos, desde o começo da faculdade, e enquanto estudava pensava em seguir a área do Direito Penal. Mas, no fim das contas, o contato pessoal com seus clientes sempre foi uma de suas prioridades e, para ela, isso é algo muito presente na área de família.

Além de advogar, ela ainda tem um outro grande sonho: ser professora e se aproximar mais da área acadêmica. “Terminei o mestrado recentemente, mas tenho vários outros projetos. Essa vontade de lecionar é prioridade, porque acredito que a academia só me agregará como advogada – e para dar aula temos que estudar muito”. A advogada conta que é muito inquieta e, por isso, está sempre buscando melhorar e estudando novas possibilidades.

Como contribuição à sua área no escritório, ela classifica as sustentações orais em tribunais. E diz que não é sempre que advogados são selecionados para fazer esse tipo de trabalho. “Tenho conseguido me mostrar segura para isso”, avalia.

Daniela vê com ótimos olhos a atual proporção de mulheres dentro da banca de advocacia, 55% atualmente. Para ela, em primeiro lugar, a presença do público feminino dentro das faculdades e no escritório, demonstram que elas têm buscado cada vez mais o seu espaço e têm dado valor para a questão do empoderamento feminino. E, em segundo, que o escritório também está aberto para recebê-las: “O que eu vejo é que não há uma barreira para mulheres entrarem aqui. Todos têm realmente sido avaliados pela sua capacidade, independente de gênero. E, essa é a condição mais justa de trazer igualdade entre homem e mulher”, afirma. Apesar disso, a sócia-advogada de Brasil Salomão e Matthes Advocacia ainda vê desigualdades dentro da área do Direito – principalmente no Judiciário, em que a composição de juízes é de maioria masculina. Mas observa: “no banco de advogados, há uma proporção mais equilibrada”.