Brasil Salomão e CCBC lançam Comissão de Agronegócio e debatem reforma tributária no setor
Brasil Salomão e CCBC lançam Comissão de Agronegócio e debatem reforma tributária no setor

Brasil Salomão e CCBC lançam Comissão de Agronegócio e debatem reforma tributária no setor

21/10/25

O escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia e a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) reuniram representantes do agronegócio, especialistas em direito tributário e executivos de grandes empresas do setor no evento “Reforma Tributária em Pauta: Setor do Agronegócio”, nesta terça-feira (14/10), na matriz do escritório, em Ribeirão Preto. O encontro marcou o lançamento oficial da Comissão de Agronegócio da CCBC, que será coordenada por Gabriel Prata, sócio da advocacia, com o objetivo de promover cooperação e troca de conhecimento entre Brasil e Canadá em temas ligados à produção, tecnologia e sustentabilidade.

 

Durante a abertura, Evandro Grili, sócio-advogado e diretor executivo de Brasil Salomão, lembrou que o evento integra uma série de encontros temáticos sobre os efeitos da reforma tributária em diferentes setores da economia. “Já discutimos o impacto da reforma na construção civil e na indústria. Hoje, o agro é o centro do debate — um setor essencial para o país e para o equilíbrio da nossa balança comercial”, afirmou.

A nova comissão atuará em sinergia com o também recém-criado Centro de Estudos do Agronegócio Marcelo Salomão, espaço voltado à produção de conteúdo técnico e acadêmico sobre o tema. “Queremos unir empresários, instituições e pesquisadores, para criar pontes entre o Brasil e o Canadá, fortalecendo a geração de conhecimento e a informação de qualidade – chegando também nas universidades e empresas”, explicou Gabriel Prata, coordenador da nova comissão.

 

Pontes entre Brasil e Canadá no agronegócio
Para o diretor-presidente da CCBC, Hilton Reche do Nascimento, Ribeirão Preto é um polo de inovação e referência internacional – “A comissão que criamos nasce com essa força”, avaliou acrescentando que “este é um passo importante para consolidar a conexão entre dois países com enorme potencial de complementaridade no agronegócio”.

 

Debate destaca desafios e oportunidades da reforma
O painel técnico que seguiu à abertura reuniu nomes de referência do setor, como Charles McNaughton (JBS), Camila Reis (Tereos), Aparecida Oliveira (Ouro Fino), Marcelo Geraldelli (Copercitrus), Sylvio Lima Júnior (Coplana), Adriano Geraldelli (Guaxupé) e Marcelo Junqueira (Sociedade Rural Brasileira).

 

Os participantes debateram os desafios e as oportunidades trazidos pela nova legislação, com foco em temas como neutralidade tributária, competitividade internacional e simplificação das cadeias produtivas.

 

Charles McNaughton, diretor jurídico da JBS, apontou que a reforma precisa avançar em dois eixos complementares: simplicidade e clareza. Ele enfatizou que o agronegócio é um dos setores mais complexos da economia brasileira, com cadeias longas e operações que vão do campo à exportação. “O grande desafio é garantir que a nova estrutura tributária não gere distorções ou perda de competitividade para quem produz, processa e exporta alimentos. É hora de transformar a discussão técnica em segurança jurídica e estabilidade para os investimentos.”

O executivo Marcelo Junqueira, da Sociedade Rural Brasileira (SRB), lembrou que a entidade participa ativamente dos debates sobre a reforma desde o início, sempre com a preocupação de garantir que as especificidades do campo sejam respeitadas. “O produtor rural vive uma realidade distinta, com riscos e particularidades que não podem ser tratados de forma genérica. Nosso papel tem sido dialogar com o Congresso, levar informações técnicas e buscar um modelo tributário que traga simplicidade, mas também segurança e previsibilidade para quem produz no país”, destacou.

Aparecida Oliveira, da Ouro Fino, comentou que a Reforma Tributária representa um avanço importante, mas ainda impõe grandes desafios à indústria do agronegócio. Segundo ela, é essencial que o novo sistema preserve a competitividade das empresas brasileiras, sobretudo em um segmento que depende fortemente de inovação, pesquisa e de uma cadeia produtiva integrada. “A previsibilidade tributária é o que nos permite investir mais, gerar empregos e continuar produzindo tecnologia nacional de ponta para o campo”, afirmou.

Rodrigo Forcenette, sócio e diretor executivo de Brasil Salomão e Matthes Advocacia, sinalizou que o setor do agronegócio precisa ser ouvido de forma técnica e estratégica. Ele avaliou que um dos princípios centrais da Reforma Tributária é o da neutralidade, que busca evitar que a tributação interfira nas decisões econômicas das empresas.

Segundo o tributarista, é fundamental que o novo modelo permita que o produtor invista, produza e comercialize de forma eficiente, sem distorções fiscais. “O agro é um setor diverso, com cadeias longas e particularidades logísticas; por isso, mecanismos como o crédito presumido são essenciais para garantir competitividade e evitar o acúmulo de tributos na base produtiva”, afirmou.

 

Para Forcenette, o grande desafio agora é transformar a teoria da simplificação em prática, “com clareza nas normas e segurança para quem produz.”

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