Encontro debateu os impactos da tecnologia no mundo jurídico
Encontro debateu os impactos da tecnologia no mundo jurídico

Encontro debateu os impactos da tecnologia no mundo jurídico

15/09/23

Advogados e convidados do escritório Brasil Salomão e Matthes participaram, na manhã de quinta-feira (14/09), da segunda rodada de debates do encontro “Advocacia: um olhar para o futuro”. O evento foi realizado em formato híbrido, diretamente do auditório da sede do escritório, em Ribeirão Preto (SP), com transmissão ao vivo pelo aplicativo TEAMS para toda a equipe da banca, no Brasil e no exterior.

Iniciado em agosto passado, o encontro debate temas como o uso da tecnologia e da inteligência artificial, a implementação de novos processos no mecanismo da atuação jurídica e os cenários futuros para a prática da advocacia, levando a uma reflexão sobre como a tecnologia vai impactar os negócios no mundo jurídico e a forma de trabalho do profissional do Direito. Para debater estes temas, foram convidados os profissionais do escritório jurídico, Evandro Grili (diretor executivo), Frederico Zacaro (gerente de TI), e Luís Gustavo Arantes (sócio-advogado), além de Simone Viana Salomão, sócia Totvs e consultora de Brasil Salomão e Matthes. A mediação ficou a cargo do diretor executivo Rodrigo Forcenette.

Para abrir o debate, o advogado Evandro Grili lembrou que já vivemos em um mundo conectado à inteligência artificial 24 horas por dia. “Isso acontece, por exemplo, quando verificamos as rotas apresentadas por um aplicativo de trânsito ou ao programar o acionamento de luzes e aparelhos de ar-condicionado. No mundo jurídico não é diferente, já vivemos imersos em um ambiente de alta tecnologia. Não é mais possível frear o processo de transformação”, disse, antes de fazer uma projeção de um futuro que, na verdade, já começou: “As ferramentas de inteligência artificial já nos dão maior agilidade em pesquisa, mais capacidade de obter informações atualizadas e, muito provavelmente, vão substituir pessoas. Ser bem-sucedido no futuro na advocacia, vai exigir entregar algo diferente e mais eficiente do que o mercado entrega. Se até hoje bastou ser estudioso, diligente, atualizado, e ter uma boa rede de relacionamento para alcançar esses objetivos, é preciso saber que, no futuro, isso não bastará. Ou o profissional e seu escritório estarão entrelaçados a todas as ferramentas de tecnologia com o uso pleno delas ou simplesmente serão banidos do mercado”.

Para o advogado Luís Gustavo Arantes, o que a tecnologia pode trazer de mais expressivo para a atuação dos profissionais do Direito é a abertura de novos nichos de mercado. Ele usou como exemplo a indústria dos jogos eletrônicos, que já fatura até seis vezes mais do que o cinema. “Tudo vem por um caminho de evolução. Se no final da década de 90 e início dos anos 2000, nós tínhamos um judiciário que bloqueava diversos jogos, hoje acompanhamos grandes campeonatos, que movimentam milhões de dólares e geram novas demandas. Este é só um exemplo de como o mercado atual gera novas necessidades de conhecimento. Isso vai se intensificar cada vez mais”, avaliou.

Em sua fala, Frederico Zacaro lembrou de seu trabalho anterior no mercado de aviação e fez um paralelo com o mundo da advocacia. “São dois setores que necessitam muito de dados confiáveis. Mas, enquanto o setor da aviação é 100% tecnológico, no mundo do Direito ainda vivemos um cenário de hibridismo, com muita coisa digitalizada, mas muita informação ainda no papel. Como fazer uma análise precisa desses dados? A resposta já começa a ser dada pela inteligência artificial que, para mim, deve ser uma revolução ainda maior do que o advento dos computadores”, disse.

Analisando as falas dos debatedores, Simone Viana Salomão complementou sobre as limitações da mente humana e como a tecnologia vem para romper estes limites. “Hoje, muitas coisas inimagináveis no passado, são naturais para as atuais gerações, graças à tecnologia. Para quem já atua no mercado e está se deparando com toda esta evolução, existem dois caminhos: ou bloqueamos e não usamos as ferramentas, ou então, enfrentamos o desafio, aprendemos e trazemos a tecnologia como aliada. Eu prefiro acreditar que a tecnologia hoje faz parte da minha equipe, é uma aliada do meu trabalho”, finalizou.

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